20.4.09

L'AMOUR LA FOLIE

espero-te.

reguei de sol
a raíz do teu sapato,
para que iluminado o caminho
seguisses
o endereço indicado
no verso
do meu sorriso.
Primeiro esquerdo era a morada
e chamava-se no bairro:
coração.

Rasguei a madrugada,
as 333444 lágrimas
que encheram o livro
dos homens em atlântico.
Soletrei a letra
do teu nome.
Soprando-lhe assim:
L (éle.)
U (úu!)
Z (zzee....)

Teci-me toda de branco,
outra vez,
mais uma vez,
quantas vezes?
para que me confundisses
a pele com a sede:
a sede de beber
a sede de sentar
a sede de lugar.

Tenho-te num segredo
que partilhei ao mundo inteiro.
Explico-te a manobra:
Escrevi na parede do céu
o teu corpo em nuvem
arrastando-te sobre os azuis,
.............................VELOZ!
formavas-te
ora pássaro,
ora castelo,
ora abstracta figura,
filosofia do nada,
vinho sem copo,
constelações de corpos,
compondo as estrelas,
substituindo as estrelas,
renovando os nomes das estrelas:
Capricornius lucidus,
Corpis burlescos,
Travessias infinitus.

Este poema tem uma música
e esta música tem-te a ti.
Somos agora os três:
O ramo - o eu
A folha - o tu
A ave - a música
Espreitamos por esta janela
que espreita o
melhor de ti-mim-ti-mim.
És bonito quando (en)cantas
a ternura que me despe.
Nestes mo(vi)mentos,
cultivo novamente o jardim.
São frágeis as flores,
não pises,não negues.
Deixa que o jardim se alargue,
quanta força inútil existe numa morte breve?

Depois trataremos por tu
o coração,
o teu, mais alto,
avistará as fronteiras,
o meu, mais baixo,
avistará o canto dos teus olhos.

Autoplastia marcada,
sempre que dilacerarmos
o malmequer do jardim.
Nenhuma Primavera será demasiada
para que te chegues
de malas e cotovelos
às pétalas dos lençóis.

Teremos tempo
para contar do que vimos,
do que vemos.
Abres o livro?

Conta-me de novo,
pela primeira vez,
em novo,
a história:

Era uma vez.....

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