27.8.07

Resoluções definitivas

Não atires a última pedra.
Atira a primeira que vires, e certeira.

Considerações dispersas


- eu volto, como quem regressa a um disco muito antigo, selado numa memória. O caminho não é doce, mas seduz-me a aridez onde escondes o mais brilhante de ti.

- tenho hoje vinte braços à minha volta e faz-me falta um último abraço.

- não me disseram ser simples o teu caminho, não pensei ser fácil o labirinto da tua pele, mas agora que me vejo transformada na supra-projecção do meu delirio e a rua fica fria como gelo, gostava de voltar atrás e apagar algumas linhas do teu caderno, onde me desenhaste com outro rosto (um rosto que não é o meu).

26.8.07

The Smiths - There is a light that never goes out

Take me out tonight
Where theres music and theres people
And theyre young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I havent got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people and i
Want to see life
Driving in your car
Oh, please dont drop me home
Because its not my home, its their
Home, and Im welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine

Take me out tonight
Take me anywhere, I dont care
I dont care, I dont care
And in the darkened underpass
I thought oh god, my chance has come at last
(but then a strange fear gripped me and i
Just couldnt ask)

Take me out tonight
Oh, take me anywhere, I dont care
I dont care, I dont care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I havent got one, da ...
Oh, I havent got one

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine

Oh, there is a light and it never goes out

Re - Visitar a Pó - Esia

http://www.aveiro.tv/scid/aveirotv?refID=0|5|386|0

22.8.07

sobre o avesso


o que me ensinaste foi precioso.

ensinaste-me por exemplo que o avesso de qualquer coisa, não é sempre o seu contrário.

que o lado de lá do amor, não é o desamor.


e que por vezes, o avesso não regressa a lado nenhum.

8.8.07

Repetir a cidade - No repeat, baby. No repeat.

Nesse dia demos muitos passeios e ele parou muitas vezes para me contar o que os seus olhos viam. Quase sempre viam coisas que primeiramente eu nem reparava. Achei que deviamos repetir aqueles passeios, mas ele não voltou a aparecer na cidade... OU, a cidade não voltou a aparecer em mim. SIMPLES COMO A CLARIDADE É A COISA MAIS DIFÍCIL DE ENCONTRAR, disse o Mário H. Leiria... e PRATICAR, digo eu em surdina.
(Importante: ler ao som de Beach Boys, "God only Knows" ou Supremes ,"Baby Love" )

Porque é verão... Considerações mínimas e solarengas

os turistas . paco minuesa

- Um turista bonito, nunca vem sozinho.

- Hoje fui actriz em dois filmes... de turista.

Abandono-te agora que a noite cai no interior da pele


5.8.07

alto, muito alto OU o meu projecto é construir-te asas

"Klaus é um homem alto. Conheceu Johana porque ela olhou por cima de uma sebe verdíssima e olhou por cima de uma Primavera ainda mais cverde do que a sebe. Eles costumavam brincar:
Se tu não fosses tão alto, não te teria visto por cima da sebe.
E Klaus dizia a Johana:
Se eu não fosse tão alto, a sebe seria mais baixa."
Gonçalo Tavares in Um homem: Klaus Klump
Enquanto o teu coração ardia na palma das minhas mãos (quente, quente, muito quente), transportavas nos olhos uma luz profundissima, que cegava o deslumbramento. Eu passava horas a mirar-te na minha caixa de brilhos mentais.
Era também de pés enterrados na terra que caminhavas. Eu sabia que era um hábito apreendido e amargo, mas o que eu gostava era de te inventar asas no alto da cabeça, tornar-te aeroplano e voar contigo numa folha de papel ou de alface, tanto faz.
Também eras muito alto. Isso era cómico, porque tropeçavas nas árvores e os pássaros aproveitavam-se de ti, para construirem casas e fomentarem a espécie.
Tu rias da tua des- GRAÇA, desajeitado, com um fato tão comprido que ocupava os teus dez dedos de tecido inútil (sei agora que aqueles longos tecidos onde enredavas os gestos eram apenas para te esconderes do medo, para seres mais corajoso e sagaz, para pensares com mais... muito mais... velocidade). Eu ouvia-te, mas os ramos da atmosfera seduziam-me mais do que as palavras e eu queria escapar-me, volátil, e ensinar-te a voz do vento.
Nada feito, eras feito de bolo de bolacha, sempre com camadas diferentes e dificéis de penetrar. A minha curiosidade vacilava... talvez fosse teu o caminho por entre o arvoredo. Eu fico na montanha ou na planície. Sempre a ver-te, muito acima ou muito abaixo, debaixo dos meus olhos, ou enterrado nas minhas pálpebras., nas linhas da mão ou nas linhas do céu. Eu fico.Observo.
E sim, o meu projecto era construir-te asas.

18. "Estou um pouco no interior do que arde, apagando-me devagar e tenho sede"- daniel faria