15.4.09

5. Requiem aeternam dona eis

- Porque partiste?


- Porque a casa estava vazia.


Paul Célan





passaram muitos poemas


numa tecla só,


esquecer-te valeu-me


mais de vinte tabernas,


copos de vinho doente,


amantes como remédios de ocasião.


Eu despejei-te inteiro


no meu sangue.


quando bebias de mim,


atordoado e confundido,


prometias-me a eternidade.


Renovamos a casa,


para que coubesse


O teu sabor, sabe-me a mim...





eu comprava-te ouro


para dourar-te o desespero,


podemos ser um,


ou ser finalmente nenhum?


passeios de moribundo


sob um rio de peixe morto.





pintei-te nos meus olhos,


um frasco de rímel





é certo que assitir às nascentes:


-do dia,


-da sede,


-do desejo


com o teu calor preso ao suor,


fazia imaginar-te eterno.


Um corpo amante de outro corpo,


adquire na realidade


o tamanho certo.








Nunca confiei nos teus braços


alongados aos meus.


Por onde atravessar-te,


se nunca me chegavas inteiro?


Eras um homem em ponte quebrada.





Sim,


a terra que avistávamos


na lonjura do outro lado,


prometia colheitas férteis,


de sol a sol.





Como me julgavas sempre


em parte incerta,


tropeçavas violentamente


no





joguei-te num casino,

mas tenho azar ao jogo,

perdi-te para dentro de ti.

Como te chegar ao silêncio?



Se me perguntares,

se estou feliz,

respondo-te a sorrir

que não,

para que o teu dia empov

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