- Porque partiste?
- Porque a casa estava vazia.
Paul Célan
passaram muitos poemas
numa tecla só,
esquecer-te valeu-me
mais de vinte tabernas,
copos de vinho doente,
amantes como remédios de ocasião.
Eu despejei-te inteiro
no meu sangue.
quando bebias de mim,
atordoado e confundido,
prometias-me a eternidade.
Renovamos a casa,
para que coubesse
O teu sabor, sabe-me a mim...
eu comprava-te ouro
para dourar-te o desespero,
podemos ser um,
ou ser finalmente nenhum?
passeios de moribundo
sob um rio de peixe morto.
pintei-te nos meus olhos,
um frasco de rímel
é certo que assitir às nascentes:
-do dia,
-da sede,
-do desejo
com o teu calor preso ao suor,
fazia imaginar-te eterno.
Um corpo amante de outro corpo,
adquire na realidade
o tamanho certo.
Nunca confiei nos teus braços
alongados aos meus.
Por onde atravessar-te,
se nunca me chegavas inteiro?
Eras um homem em ponte quebrada.
Sim,
a terra que avistávamos
na lonjura do outro lado,
prometia colheitas férteis,
de sol a sol.
Como me julgavas sempre
em parte incerta,
tropeçavas violentamente
no
joguei-te num casino,
mas tenho azar ao jogo,
perdi-te para dentro de ti.
Como te chegar ao silêncio?
Se me perguntares,
se estou feliz,
respondo-te a sorrir
que não,
para que o teu dia empov
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