14.2.09

No sentido lógico da paisagem

É a terceira vez que agarro neste pedaço de tempo para te escrever.

A verdade é que li muito ("pela tarde e pela noite dentro" al berto), à procura dessa palavra que completasse estas desorganizadas matérias, que são vida e movimento.

A planície já te disse, é escassa e prende os olhos quando se escuta de trás para a frente.
Há quem prefira assim, seguindo a inversão dos lugares, mas eu queria explicar-te esta geografia sem invasões ou metáforas, num sentido linear, que ordena as cores pelas sua lógicas:
o verde nas árvores,
o azul no mar,
o vermelho no sangue.

Um coração deve ser contado pelos dedos:
um, dois, três, quatro.
Depois compor um tema e uma dança ou dormir ao luar.

LOVER'S DAY .tv on the radio.



7.2.09

corps nu

Estendido o corpo ao mar, todo o silêncio tem a espessura dos sonhos habitados.
Quebrados os sonhos, ficam dispersas quilhas de navio, como corações bizarros, despidos de cor.

Os pés caminham e são continentes dispersos no mundo,
como se o corpo pudesse simultânemente entregar-se ao mar e permancer em terra.

Assim cantam os desejos, mas nada do que essa parcela lírica semeia pode ser levado demasiado a sério.
Esse desejo pode cegar e entorpecer a pele.
Um corpo, precisa de corpo para se saber.

3.2.09

12.

As ondas entraram dentro dessa superfície iluminada, que é um coração mesmo quando apagado.

Os poetas abrigados no saco de viagem iluminam-se para leituras.

Se pudessem diriam em voz alta os longos relatos de alma, que foram sendo.

Discursos do tempo,que é como quem entrega a cabeça ao vento e fica a ver o céu sugar-lhe as imagens, transformando-as em mutáveis nuvens.



Este vento não pára.

Nem esta sobrevivência que é levar a