24.1.11

CROWDS . Bahaus

Hoje,
quando o ar foi mais fundo,
o travão mais fundo,
reparei na cor em que me diluira,
nos minutos em que me ausentei deste escorregar de matérias inúteis
e entristeci de alegria
(devolve-me a bicicleta,
o sapateado
 e o lusco-fusco lunar do poema inédito,
onde navegavamos em paisagem idêntica)

passara a relativizar o absoluto,
essa doença consome os pulmões,
enerva os dedos!
(estou lenta para criar cenário e fundo musical,
à tua altura,
perdoa a velhice do meu respirar)

depois voltaste,
só agora me apercebo do continuum deste latejar,
talvez seja por isso,
que Bahaus senta-se à mesa,
come o melhor que há cá em casa
e pernoita,
alternando-se:
ora mel, ora malancolia.


Observo o teu semblante envelhecido pelo excesso poético
(eu estava delicerada . eu estava deliciada)
aguardara as tuas metáforas durante uma manhã que me cansou o relógio
e alterei a fisionomia interior deste verso
para manifestar o meu descontentamento,
o meu deslumbramento:
voltaste mais forte,
creio que preparado para morrer
(foi a conclusão a que cheguei quando te vi, apressado
e livre, a amar os abismos que convenientemente tecias)

Vieste sem agasalho
- nunca diria que acabavas de chegar da terra do frio -
talvez já não tenhas medo,
mas lanço-te o desafio:
recompensar a perda de  mar,
com sangue e fio,
costurar essa cicatriz demente,
que é mundo e  gente
e tragos de coisa nenhuma.
Depois repicar os sinos e
movimentar o subterrâneo.

Let´s trouver la beauté.

2.1.11

em busca (ainda) das casas absolutas. fragmentos . live in Guiné

O relógio voltou a acertar na hora errada.

Um roteiro para a solidão.

Paul Celan

"AMOR TRAÍDO PROVOCA TRAGÉDIA"

Perdi a caixa de maquilhagem do mundo.

Padeço de uma epidérmica simbiose com o que aparentemente repele, choca e/ou arrepia.

Que todos temos medo e água pura. Pedro Támen

Uma mesa alargada pelo sol.



Afinal, só vim aqui para escrever poesia e deixar que a morte aconteça um bocado mais. falar da Guiné é ter em conta os improváveis, mas também algum -relativo- conhecimento de causa, ou das causas de cada um e que cadaqual, à sua mercê conta ou faz acontecer.
A minha última aventura foi correr atrás do pó vermelho... profundamente.
 
VENDE-SE ERRADICAÇÃO DA POBREZA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
PARA MAIS INFO. CONSULTAR TESE E PRATICAR TEORIA NO TECLADO DO SEU PANO MENTAL.
 
Preciso sentar-me e recortar novissímos projectos.

Fotocópias SEM aviso prévio

FAZEM-SE FOTOCÓPIAS.
FOTOCOPIE O LIVRO PARA DENTRO DE SI, MAS EVITE APAGÁ-LO OU DEIXÁ-LO DILUIR-SE NA CHUVA DO SEU PRÓPRIO CANSAÇO.
FAÇA FOGUEIRAS - SE NECESSÁRIO- MAS CONSERVE O CARVÃO PARA REESCREVER NOVOS (E FOTOCOPIÁVEIS) LIVROS.