enquanto a noite era o avesso do dia distante,
eu tinha
-finalmente-
percebido:
Uma história é o que nos pousa nos ombros.
é o que nos fica,
queda-se, hesitante, depois segura.
Mas como as histórias nem sempre têm voz,dedica-se a alma
,que é uma porção do ser, dedicada a causas mínimas de elevadas dimensões)
a descoser as linhas que atravessam
as redes.
São de nevoeiro e ardem.
Eu comecei este poema há mil anos,
eras tu ainda pequeno.
Visto à luz de palma da mão,
assentando a atenção nas tentativas de vislumbre,
confundia-te com uma linha
- dessas que traçam itinerários de riso e de perda.
Cosia-te então,
primeiro à rua,
para que os pés soubessem o caminho,
depois ao céu,
para que os olhos se abrissem em vôo.
(não acredito em ASAS. Faltam-lhes vocação para se humanizarem.
não consigo fazer nada com elas para além da prática de simulacros)
Nenhum comentário:
Postar um comentário