21.3.09

10. POEMA (realmente) EM DOIS TEMPOS. UM ERA MANHÃ O OUTRO ERA DE NOITE (mas este poema é longo, procura-se terceiro)

Nesse dia,


enquanto a noite era o avesso do dia distante,


eu tinha


-finalmente-


percebido:






Uma história é o que nos pousa nos ombros.


é o que nos fica,


queda-se, hesitante, depois segura.





Mas como as histórias nem sempre têm voz,dedica-se a alma


,que é uma porção do ser, dedicada a causas mínimas de elevadas dimensões)


a descoser as linhas que atravessam



as redes.
São de nevoeiro e ardem.





Eu comecei este poema há mil anos,


eras tu ainda pequeno.


Visto à luz de palma da mão,


assentando a atenção nas tentativas de vislumbre,


confundia-te com uma linha


- dessas que traçam itinerários de riso e de perda.





Cosia-te então,


primeiro à rua,


para que os pés soubessem o caminho,


depois ao céu,


para que os olhos se abrissem em vôo.


(não acredito em ASAS. Faltam-lhes vocação para se humanizarem.


não consigo fazer nada com elas para além da prática de simulacros)

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