28.3.10

Part Two: Aria (de tanto respirá-la, dou-lhe um poema)

sentei-me na primeira fila de um invento,
não me interessavam os congressos sobre as matérias concretas.

éramos um grupo de mais de mil niis,
multiplicadas cópias de malkovitch numa sala
e num cérebro,
as cadeiras rangiam como violinos:
assombroso e belo!-
a rapariga do casaco branco empaledecia-se de propósito
com um pincel e uma tinta.
o rapaz tentava formas recortando o seu cabelo,
outrora nuvem espessa.
a mulher descalçava-se e calçava-se num ritual absurdo.

descrevê-los era voltar a ver o fractal reflexo nas águas,
dorian gray esquecido do seu narciso,
criando erva num jardim sem terra,
ruminando herberto..
...se este poema finalmente saltasse para fora deste templo descuidado
onde ritualiza na mais absoluta solidão
uma ave,
uma árvore,
um pé,
um poço.
"A lista dos niis do niilismo que me colocaste em memória tem um tamanho maior do que o nada".

Nenhum comentário:

Postar um comentário