27.3.10

T

Arrancar um violino,
decepar um girassol,
por motivo desconhecido, retocar uma pauta e escrever nela a biografia da dor.

Devia ser assim o aviso:
altivo e imenso,
ter pernas para se movimentar,
incendiar-se fogueira nos detalhes:
este cansaço é a minha labuta,
o herói de B.D. aventura-se ao vôo e cai..
afinal também ele era humano,
escrever doía-lhe
mais na quimera do que no prato.

Esta é a tua música,
se aqui chegares,
significará que o mar ainda pode ter outras águas,
como natas ou volumes de matérias imaginadas,
sem feridas,
sem rugas.

Recupero o argumento,
os actores estão no palco, aguardam-te,
tens debaixo dos novelos,
a camisola dos teus antepassados
-argumento para o dia-
mas aconchegas-te no frio,
não estranhes que te arda.

Cabes neste país que é o último poema e
Desfazes a metáfora,
talvez não concluas que esta música é tua.

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