11.3.10

I i

Alarguei o tamanho das mãos no caso de ter que me habitar,
construi morada a partir do meu próprio corpo.


Nada se irradia para lá do que somos capazes de suar-
beleza comparada a fetos, projectos em eminencia
que percorrem a linha irregular de uma vida
( a única linha, que por convicção, arranquei da mão e coloquei no chão:
decidira caminhá-la)


Desta forma, toda a teoria ensinou-me a desaprender,
faço pela primeira vez o abecedário, coloco-o em cima da mesa,
observo as estranhas formas que tornam legiveis,
partes diminutas dos lugares por onde nos navegamos.
retorno à emoção,

sou um animal de estufa caprichoso,
a minha pretensão quebrou a janela errada,
vejo esta paisagem por um acaso que escapa à alquimia.


Tu eras um ouvinte perfeito,
embora te faltasse humana forma.
O filme - o teu- era na verdade, biográfico de mim,
eu construira o personagem, pincelando-lhe bigodes de gato
para criar mistério nesta dilacerante cratera, que é um planeta compacto chamado CORPO.
Deviamos atentar ao céu paraque uma chuva entranhasse na terra dos olhos,
recuperasse a ihúmida e incandescente chama do coração primário.

Falta-me manual e manípulo para actividades climatéricas,
Major Tom is a outsider.
Vivemos a praticar idiomas, ideologias, ideias, idiotas.

Romper os cascos de um cavalo,
Roer as folhas de um pinheiro,
Encher de perícia uma caneta e escrever uma noite inteira, sem parar.

Este é o primeiro registo desta caminhada quiromática,
a ilha refloresce numa antiga península de mim.
Resta-me caminhar.

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