19.11.10

queria dizer-te:

ontem deu-me para morrer assim como quem nasce.
fui vendo lentamente  os rostos
e reconheço,
o amor move, ode tudo.

sou um produto SÓ-cial.
não te percas neste referencial que é o meu espanto a tentar ser algo..

amanhã -para que saibas- vou dedicar-me a apetrechar esta casa
( a única que reconheço como IDENTIDADE)
esse país é o meu sorriso moreno.
eu sou uma geometria errante a cantar-te sobre um estranho esquema.

tenho pena.
porque tudo, involuntariamente, se atrasa ou antecipa
e eu tenho uma lebre de março no quintal do coração
(atarrachar o relógio ao útero
e não mais biologia ou tempo)
no entanto, tu sabes muitas coisas
e o teu afecto é alto e bem parecido.
Admiro-te, sabias?...
decerto não, nós nunca dizemos o importante,
temos cordas ancestrais em vez de vocais,
e quando nos dá para o grito,
atrasa-se o coro.

estar só é clarividente
voltas a abrir o teu sorriso,
o único lugar onde sou capaz de depositar tesouros,
como a folha de Outono que apanhaste de propósito para mim...44

é tarde e eu estou de luz apagada a ver o cosmos,
treme-me a espinha e a alma,
creio que é um alerta fundamental
para te relembrar. 


Um comentário:

  1. Continuo fascinado a ler-te, Carolina. É já vício..

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