a única forma de poder falar,
seria começando pela rua que canta uma voz antiga,
fado enaltecendo a brisa da tarde,
a brisa da alma.
ficamos com gente dentro,
habitando esta planicie que é um corpo sozinho no mundo.
Quando esse metálico ser voar,
derrubando esta paisagem até trazer de novo a primordial,
ficaremos distantes.
Coisas que nem réguas nem compassos conseguem medir..
Tenho afinal um coração em vez de uma cabeça,
são-me inúteis as pragmáticas práticas,
por isso tento a vida como um poema.
O meu alento era este sol,
agora derrubados
-eu e a luz-
tentamos atalhos improvisados,
sorrir de esguelha, como quem diz para ficar mais um dia ou um ano...
talvez o tempo de uma interminável festa neste caderno que se escreve.
Depois de doer,
acredito,
existe uma imaculada mão,
o primeiro dedo apontando o primeiro cometa.
É na busca do simples que vos encontro.
tenho sete adeus e uma seta rodopiando num reflexo baço,
que é o meu, que sou eu.
Dedico-vos a luz que hoje, ao caminhar, avistava no longe:
era laranja azulada e só criava eternidade.
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