passei o dia a catar luz ao sol,
não é por acaso que ardem brasas nos desejos.
este é um estado que se contempla sem sossegar,
levanta-se cedo, mas infrange a lei do silencio.
este estado grita-se, despe-se devagar.
devia trazer agarrado à saia um nome estranho,
um sobreaviso que acautelasse quem se aproxima.
tenho doenças nos dedos: escrevo demais.
é claro que pensando na minha situação de felino domável,
limo as garras e faço de conta(s),
somo os inversos e faço chapéus que cobrem telhados.
tento ser perfeita na arte de incendiar janelas e comer cinzas.
tenho tudo certo num calendario de improvaveis.
a minha unica malicia é alimentar-te,
trazer-te numa jaula que me bate dentro,
sorrir-te de esguelha para não te ver os dentes.
estou a curar a ferida do joelho,
antes de voltar a cair.
a cautela nunca foi demais.
M(i)AU, M(i)AU!
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