25.8.09

Falhar (so glad to see you . Hot Chips)

Se voltares,
aconchega as pedras da rua.
dá-lhes a docil tendencia dos astros
sob o céu de Verão.

Quando voltares a escrever,
diz-me desses dias onde estiveste, silencioso e atento,
a observar uma floresta crescer dentro da mão de um provável amor.

Esqueci-me -mais uma vez-
que o coração não se força a nada,
tentei amar um corpo plástico e perfeito.
todo ele feito à medida do meu capricho:
enervava-me,
atirei-o às margens do vazio (donde nunca saíra).

Eu nunca pedi para escreveres poemas,
basta deixares um número para o qual possa ligar,
a noite tem picos de dor,
é uma febre estranha que me visita.

Posso ligar-te pela manhã?
Há pirilampos que não sucumbem na madrugada,
podemos procurar-lhes as ocultas belezas,
como essas que trazes debaixo de ti.

Vamos repetir tudo,
invertendo as cenas.
Eu farei de ti, acreditas?...
...repara como sou ineficaz
quando tento ludibriar-te..
nunca saí para um terreno que não fosse eu,
mesmo quando me reinventei.
Se amares a metamorfose que te conto,
poderemos criar melodias,
fazer poemas ou saladas,
comer gelados e pensar livre....

Agora calo o poema,
sei que te aflijo quando parto para metáforas sem
pré-aviso
(são 20 segundos de pura beleza,
qual droga tropical no meu delirante desejo de pássaro).

Quando voltares faremos tudo à tua maneira,
gostava de me experimentar em ti, assim,
inteira.

Ainda me vives,
se te ralho é só porque não vês o que eu quero que vejas:
os meus braços, as minhas pernas,
o meu umbigo,
todas as partes de mim.

Devias tornar-te atento à imobilidade.

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