Escapaste ileso, meu amor.
Agora guarda a aragem do não dito pelo dito. Contradiz a minha vontade de marcar o teu número na minha pele.
Impede-me de alcançar o teu sorriso. Fecha a boca ao hálito do desejo e deixa que a voragem e o assombro, sejam desejos deslocados, como mãos sujeitas a esforços prolongados.
Cerra-me as pestanas minuciosamente, repetindo a cada segundo a fuga, até me veres morta de cansaços.
É um desassossego, viver com tanto amor nos olhos…
Vira as páginas do meu cabelo, acelera o compasso da melodia que celebra os teus regressos.
Essa melodia é um engano, meu amor.
Não dês importância ao tamanho absurdo das minhas palavras, para que eu esqueça a proporção dos afectos.
O amor lateja nas pálpebras.
O amor lateja nas pálpebras.
O amor lateja nas pálpebras.
…Deixa-me ir mesmo quando regresso.
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