26.1.09

"Chamo-te. Um murmúrio de luz, por instantes, coincide na ilusão de uma resposta" . Nuno Júdice

é tarde e os bolsos estão vazios.
Antes, quando observava o fundo dos bolsos avistava sempre ilhas ou sorrisos, mas hoje, os bolsos adormecem antes das minhas visões e a casa é um lugar que não existe.

disperso pinceladas num céu pela primeira vez antigo de escamas e nu de peixes.
queria segredar às visões do mundo que tenho tempo para amar cada um dos seus pormenores, ondas e barulhos, cinzentos e azuis.
queria dizer que confundo a epiderme com a textura das nuvens e que nunca foi difícil voar, que me está na vocação ser pássaro ou avião.
(NÃO DIGO!)

as ruas não esperam, traçam segredos de um lado ao outro do coração, e o movimento persiste, agitando os rostos à passagem do tempo. Depois de muito agitados, os rostos envelhecem, são comidos pelas imagens do próprio mundo. o amor cansa-se de escavar as suas próprias poções.

é noite, dorme agora.

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