
Quero dizer-te que:
os braços, os dedos, os dois cotovelos e a sua pele enrugada, os pelos descolorados, o nariz aquilino e grave, os olhos.
os braços, os dedos, os dois cotovelos e a sua pele enrugada, os pelos descolorados, o nariz aquilino e grave, os olhos.
Quero dizer-te que:
as artérias, o sangue, a água da saliva, os rins, o estômago, cheio ou vazio.
Quero dizer-te que:
o batimento cardíaco, o sono trocado, a ansiosa transpiração, o aperto no coração, as dores de ovários.
Quero dizer-te que:
o ideal romântico, a imaginação acesa, a desordem interior, a certeza de continuar, a perturbadora timidez.
São pura e absolutamente reais.
perfeito. *
ResponderExcluirfinalmente... reencontrei-te.... alvíssaras ao Mercado Negro!!!!!!!!!!
ResponderExcluirgostei :)
ResponderExcluirWWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM
Quero uma indumentária heróica de viagra
que esvoace imbecil até ao famoso noivado
entre o basalto extinto do orgulho pessoal,
que o profético nú berbere me atinja arrepiado
com manchas bronzeadas pela fera temporal,
perigosamente fervilhante é manter a essência
altiva por entre éticas erupções da oposição.
Quero prever as imparidades dos dados,
contar as cartas servidas pelos profissionais
que descartam ágatas a elefantes viciados
em perder por azar, despedir-me da vitória e
desiludir meu parceiro, fundido com a concorrência
que me descaracteriza, vasculhando nos alpendres
esforçados por sofrer sozinhos, suas baças brumas.
Quero extravasar o pedante silêncio da precaução
psicoactivando o corpo passivo de raiva, contra
o eco do horizonte convergem doces gases herméticos,
agrupam-se raptados pelas cordilheiras sobrepostas
e escondem-se do que só sabem não existir, mares que
nos separam da fantástica Saigão violentada a napalm,
bebem com guelras e sobrevivem em lanchas de pic-nic.
Quero a paresia das penas brancas, bolotas
aninhadas num seio de palha e movimento
afogueado pela marginalidade das estreias,
baloiçando na caspa que a areia da Basileia levanta
ao olharmos para o preto ópio, anuncia-se
um julgamento concreto, ofuscando a gota
que nos fundirá em oferecidos duetos afinados.
Queria era que um desastre anémico
despertasse todas as igrejas, aeroportos,
mesquitas, budas, sem-abrigo, embaixadas,
vigaristas, exércitos, comerciantes, terroristas,
e ditadores nenucos se conjugassem na prática do
desenvolvimento sustentável da escassez básica,
replantados num primitivismo tecnológico que
escuta toda a gente sem vigiar ou intrometer
nem ninguém julgar aldeões consoante padrões
com que só espertalhões podem automatizados
duvidar, argumentam novas retóricas paracetamol,
pois nas grutas apedrejavam-se agendas e riqueza:
caça-se, fode-se, come-se, canta-se, dorme-se
em sintonia desvairada com a bandeja de lianas
e fica para amanhã outro ícaro da coligação
à irmandade que tudo fará por si mesma
quando aprender a desligar a electricidade.
IN quimicoterapia 2004
gostei muito. a forma como está construído está excelente.
ResponderExcluirAs palavras são mais reais do que o que dizem.
ResponderExcluirPor vezes são de veludo e descrevem coisas nuas.
:)
Férias grandes??? Já estamos no outono e sabia bem folhas escritas com palavras quentes...
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