20.9.22

Eterno barroco

Joalharia barroca do corAÇÃO

OU

Uma carta de amor encontrada no arquivo do email


A nossa fantasmagórica psicanálise roubou-nos possibilidades de termos visto (-vermos-veremos) as paisagens.
Para além dos fantasmas, também a geografia e outras terrenas circunstâncias que nem vou nomear. 

Tudo porque há paisagens certas que só  se tornam visíveis quando, por obra de santo Rimbaud , o forasteiro, as imagens que constelam,
constelam-se para nós. 

Como se as paisagens
-essas que não vimos-
fossem  CALEIDOSCÓPIO  em constante criação 
e os cristais que nele se conjugam guardassem essas imagens únicas,
místicas,
sublimes,
diáfanas e
instáveis. 

É (só) dessas que sinto falta.

Vivo em colossal estado poético 
quando a tua presença me acompanha.
Ficam grandes os campos, 
imensos os algodões, 

Gostava (muito) que nos tivesses avistado assim.


Não te sei falar dos amores de verão,
forasteiro Primavera-Verão-Outono-Inverno e Primavera. 

Ou sei, mas não quero.

Mas sei dizer-te que os dias hibernaram no meu corpo
que essa lentidão foi tudo o que precisava para suspender o meu pensamento 
e que isso foi bom.

Ghosts,
eu e tu,
que giram e revivem dos sopros de alquimias subterrâneas de dois seres comuns e à deriva, por isso,estranhos e deleitados. 
Secretos.

Vou.
Não sei (nunca) despedir-me de ti.

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