12.4.07

Inventár-io de Flores

Era sol e pingava chuva do tecto. O sono evadira-se . Acordara em sobre-SALTO, de coração despido na cadeira metálica e fria. Sentia-me tardia, na manhã que inventaras para mim. O tempo em questão era PERFEITO - ambiente envolto em fragrâncias maritimas, na ausencia de mar ( e aquilo era uma espécie de deslumbramento, uma espécie de luz, sem luz), cores em lilás, lilases pelo chão, doces de provocar salivas insanas.

Mais nada podias fazer, investiras as moedas dos teus bolsos sem fundo, numa casa que eu nunca amara, a não ser na revista folheada, num compartimento de de-lírio. Não me interessava a riqueza caseira, o pão-de-ló na mesa de festas e nunca amara flores de papel, onde se borratam tintas e lágrimas... nunca te disse, mas sempre preferi papoilas selvagens, frágeis, delicadas e cor de sangue. Quebradas do seu solo-sustento, vivem tempo efémero de borboleta e desmaiam na eternidade. Silenciosas.

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